
a chuva caiu
olhei
vi cair a chuva
ocultei a solidão do tempo
os olhos
fecho-os
e
imagino a chuva
assim miudinha caindo de raiva
imagino sorrisos no teu rosto
entre o sabor de beijos molhados
abrigo-me de ti
ou
de mim nem sei
penso que renasci nesses dias vagos
como em tantos outros dias
onde pensei que morri nas noites inventadas de nada
e que o nada era teu rosto
surgindo na passagem do nevoeiro
nada mais importa
que seja chuva ou nevoeiro,
o vento ou a madrugada,
que seja a infindável noite
ou um soluço diluído em poeiras
no tempo
quero que algo te traga
l.maltez